Caros amigos e leitores;
e há algo que verdadeiramente abomino, isso é sem sombras de dúvida, a hipocrisia.
Quem me conhece sabe que por vezes tenho necessidade de desabafar e libertar este vapor que, de tempos a tempos, me consome, tal como acontece numa qualquer panela de pressão. Também sabem que, na maior parte das vezes, esse vapor não passa de uma pequena bolsa de gás, que se esvai em mero assobio, quando se levanta a válvula de segurança.
Mas quando alguém se julga no direito de passar por cima de simples conceitos e regras de boa vivência em sociedade …
Não temo ninguém. Não sou como os cachorrinhos. Passem-me a mão pelas costas, que não terão oportunidade de me ver abanar o rabo.
Conhecem aquelas velhas frases, já tornadas “clichés”, “Quem te fala ao c* honra-te a cara” (perdoem-me os mais pudicos, expressão tão rude), ou “ Se falam nas minhas costas, significa que estou no lugar certo, ou seja, na frente”.
Por vezes consigo, ao identificar uma pessoa falsa, manter uma postura formal, procurando sustentar o nível de educação elevado, formando um tipo de bloqueio mental para que a pessoa sinta dificuldade em esmiuçar o que me vai na alma ou nos pensamentos. Nada pior para indivíduos de tal calibre, que sentir na pele o facto de o ignorarem e não receber troco, vindo da pessoa visada. Com o tempo ela tende a afastar-se por si só.
Outras situações há que, não consigo ser nem sensato nem sereno, muito menos cordato e aí riposto à altura do “agressor”. É então que sou visto de revés e comentado pelos cantos e pelas costas, aos cochichos, justamente por resistir ao sorriso falso, à hipocrisia, à maledicência gratuita e não conseguir calar os pensamentos nem a voz. Quando o digo, motivos há para que assim o faça e de frente e em público o digo. Sentimentos contraditórios atropelam-se em mim e a “explosão” é o fim, pré-anunciado para tais atitudes. Sou assim! E daí? Se em mim agrego valores e atitudes de forma desigual, se imponho maior intensidade nas coisas que a mim fazem sentido, se visualizo os acontecimentos e as suas consequências de uma maneira antagónica, mas não menos coerente, o que posso fazer? Sou assim e não quero mudar porque, motivos válidos não encontro para que tal suceda.
Sei que muitas das vezes o caminho, por mim enveredado, não será o mais apropriado, também sei, mas o que é que querem… sou assim!
Será por isso que, a ninguém gosto de ofertar conselhos? Porque não tenho a veleidade de possuir, nem possuo, o dom da verdade nem muito menos o da razão, e fazer mudar alguém por uma incógnita… não sou capaz, nem contem comigo!
Poderei, e tenho consciência que assim é, ter muito defeitos. Hipócrita é que não. Isso nunca. Ainda consigo, sem me agoniar, olhar-me ao espelho todos os dias e receber e respeitar o reflexo que me é dado ver.
Mais uma vez perdoem-me o desabafo, tentem ser cordatos com os vossos semelhantes e parafraseando alguém, que de momento me é desconhecido, “façam o favor de ser felizes”.
Um forte abraço deste vosso
Citrus Sénior
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